2007-03-19

A beleza e a anorexia: que relação?



Como quadro clínico a anorexia só foi descrita no século XVIII. Até aí medicina tradicional considerava a gordura como um sinal de saúde. Em sentido contrário, na saúde mental, a magreza extrema foi sempre associada a fenómenos como a esquizofrenia. Foi a partir deste século que começaram a ser publicados alguns estudos que contrariavam a ideia da gordura como sinal de saúde. Iniciou-se, entre a comunidade científica de então, um movimento a favor da magreza, mas numa dimensão diferente da que se verifica nas anorexias. Depois da II Guerra Mundial, verificou-se que algumas mulheres já controlavam o seu peso através do vómito, o que é característico da bulimia. Ao movimento cientifico de valorização da magreza, ou melhor, de punição da gordura, acabou por se juntar um movimento social que assumia os corpos magros como padrão de beleza. A partir da década de cinquenta, a tendência acentuou-se. Começou-se, também, a assistir a uma certa distorção da mensagem médica, que apontava como saudáveis, para os homens com mais de 40 anos, as dietas de baixas gorduras. Em consequência, de acordo como esta mensagem foi veiculada nos órgãos de informação, a gordura passou a ser diabolizada. Atento, o mercado começou a gerar uma indústria que veio ao encontro destas tendências. Hoje, essa indústria passa pelos produtos com fibras, sem gorduras, de baixas calorias, ginásio de manutenção, clinicas dietéticas, centros de massagem, produtos contra a celulite, etc. Uma indústria poderosa, que movimenta anualmente milhões de contos e que segue a par com a indústria da moda.


Sem comentários: